Quando falo da Imaginação Digital, que vai mixar e sequenciar entradas e saídas sensoriais, sempre digo que ainda estamos na era do texto e do audiovisual, mas com o tempo os outros sentidos serão contemplados e incorporados à nova linguagem. Olhaí no Estadão uma tv que já trabalha com o olfato. Acompanhamos esse assunto faz algum tempo, são criadas paletas de cheiros-base que mixados imitam uma gama de outros cheiros.
Autor: Álvaro
A propósito dos Póemas Nordestinos, que estreiam no Sítio nesse julho, recebi de um amigo um texto sobre uma pesquisa que clareia o que já sabemos. Minas tem 3 formas distintas de falar o português.
Minas Gerais fala o português de três formas diferentes
(do prometeu.com.br)
O jeito mineiro de falar, que já enriqueceu o anedotário nacional, ainda reserva algumas surpresas. Primeira: não há apenas um jeito mineiro de falar o português, mas três diferentes. Segunda: toda essa diversidade gerou um atlas linguístico, que mapeou onde se fala o quê. Não é um trabalho fácil. Esse levantamento finalmente concluído vem sendo feito desde a década de 70 pelo professor Mário Roberto Zágari do Departamento de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Ele reuniu as informações que colheu no livro do “Esboço de um Atlas Lingüístico de Minas Gerais”. O trabalho, que já tem editado o primeiro volume e engatilhados os outros dois, foi apoiado pela Fapemig, que o divulgou em seu portal. Para o trabalho, Zágari reuniu mais de cinco mil horas de gravação em entrevistas com pessoas de diversos níveis sociais em 186 locais diferentes, alguns visitados diversas vezes.
A região norte do estado, que inclui cidades como Itamarandiba, Governador Valadares, Paracatu, Várzea de Palma e outras, mostrou um “falar abaianado”, claramente influenciado pelo estado vizinho, a Bahia. Nessa região predominam no falar as vogais pretônicas (que surgem antes da sílaba tônica). Fala-se “córação”, “lévando”, “pérdido”, “séreno”, “mélado” etc. Além disso, as consoantes “t” e “d”, quando surgem antes de “i” são mais concisas do que no resto do estado. Fala-se “saudadi” e “idadi”, enquanto no resto de Minas fala-se “saudadji” e “idadji”. Ocorre ainda a nasalidade fora da sílaba tônica: “jãnela”, “cãneta” e “bãnãna”.
Numa Segunda região, Zágari encontrou um “falar apaulistado”, influenciado pelo também vizinho estado de São Paulo (cidades como Divinópolis, Pará de Minas e Lavras, Patos de Minas e São Gonçalo do Abaeté). O estilo dessa região contém o “r” retroflexo, ou seja, a letra sempre é pronunciada com a língua voltando-se mais para a garganta do que para os dentes, o que se assemelha muito ao falar do caipira paulista. Isso dá grande destaque ao “r” em palavras como “morte”, “carta”, “margem” e “cisterna”.
Na terceira região é encontrado o falar mineiro mais típico, que não tem nenhuma das características anteriores. Nesta região, que fica entre as duas áreas citadas, a tendência é engolir ou trocar letras e sílabas, além de aglutinar palavras. Fala-se “ocê” (você), “pópegá” (pode pegar), “dexovê” (deixa eu ver), “mininu” (menino) e “chuvenu” (chovendo). Nessa região também desaparece o “d” e o “u” substitui o “o” em expressões de gerúndio, como em “andanu” (andando), “falanu” (falando) e “fazenu” (fazendo). Também se despreza os ditongos formados no meio das palavras, como em “pexe” (peixe), “faxa” (faixa) e “temoso” (teimoso) para que, paradoxalmente, se formem ditongos em sílabas finais quando a vogal é antecedida de “s” ou “z”, como em “arroiz” (arroz), “feiz” (fez) e “treis” (três).
Embora tenha definido claramente as diferenças entre as três maneiras de falar, Zágari diz que é impossível determinar as fronteiras definitivas dos locais onde elas ocorrem porque há algumas áreas de intersecção e o nível de escolaridade também imprime diferenças nesses tipos de falar.
Um desejo antigo, ter os mapas do Google Maps disponíveis mesmo quando o sinal do celular não está disponível. Finalmente isso é possível
Veja abaixo a quantidade de brasileiros com acesso à internet em casa, não para de aumentar.
A mesma do Facebook, lentamente ir te impedindo de ter controle completo sobre seus, seus? dados. Veja na matéria abaixo do G1, em junho um aplicativo que exportava fotos feito por um brasileiro foi bloqueado. Como sempre, uma disputa comercial entre gigantes. Quem ganha com isto? Quem ficar com o maior curral de pessoas. Quem perde com isto? Sempre os usuários, aconteça o que acontecer, vão diminuindo as opções de escolha, a mobilidade das pessoas, e o pior, seus dados, seus dados?, vão ficando aprisionados nos data centers dos gigantes. A não ser que você deseje voltar à era pré-digital e copiar seus, seus?, dados manualmente, um por um, para um serviço livre que não se apodere das suas informações.
E por falar em Facebook, não podemos deixar de comentar aqui um assunto que pipoca no mesmo, nas redes sociais dos nossos amigos. Depois de ver na página principal da Veja, no plugin social do Facebook, amigos recomendando reportagens que não recomendaram, fizemos uma pequena varredura e descobrimos também o fato acontecendo em outras publicações, por exemplo, na revista Época, sempre no mesmo plugin social do Facebook.
Explicando o funcionamento do plugin social do Facebook. Quando você está logado no Facebook e visita um site que usa este plugin ele coloca ali recomendações de seus amigos, até aí tudo bem. O que anda acontecendo, e vários já comprovaram isso, é que há casos em que a pessoa certamente não recomendou a matéria. No caso que revelou o problema, por exemplo, há muitos que não gostam da revista Veja, não entram ali nunca, e tiveram seus nomes associados a matérias que inclusive discordam completamente… e lá fica a carinha deles recomendando algo a sua revelia para seus amigos do Facebook.
Ainda sobre estar logado no Facebook, poucos sabem, mas quando você sai do Facebook, se você não mandar o login encerrar, você fica logado, mesmo com a página fechada, este é o default deles, permitindo o aparecimento das recomendações no plugin social para seus amigos e outras operações invisíveis realizadas pelo Facebook. Tem como o usuário proibir sua aparição em páginas fora das suas, mas isso tem que ser escolhido, e, claro está bem escondido dentro das opções do programa. E o default é aparecer, claro, pois permite o rastreamento dos usuários e a venda de serviços conexos.
E como acontece com estas corporações, onde reclamar? Como fazer valer a sua privacidade? Isso é um bug ou é uma ação deliberada? Quem pode responder? Na era do grande irmão, pouco pode fazer o cidadão sozinho quando tem problemas com suas contas, o acesso a pessoas do suporte das organizações é restrito, tudo é um grande software rodando sozinho… e à revelia dos usuários, com a empresa distante, protegida por um software automático, pior que o call center, como já comentamos aqui.
Como todos sabem, vem aí o Google +, um sistema avançado de ‘rede social’ embutido nas contas do Google. O Facebook, numa resposta preventiva, para evitar a migração de seus usuários para o Google + bloqueou o programa de exportação de informações de amigos! Não é incrível? Imagine alguém com um perfil de 1.000 amigos tendo que copiar um a um os dados para poder sair do Facebook.
Essa ação revela uma face conhecida e cruel da cultura digital atual, centrada nas nuvens e na guarda dos dados pessoais por empresas gentis que nos oferecem serviços de graça. Quando elas aparecem, aceitam importar e exportar todos os tipos de dados e formatos, depois, vão fechando nossa possibilidade de exportar, claro, mantendo aberta a porta da importação. Resumindo, abre-se a porteira para entrar, mas para sair vai ficando cada vez mais difícil.
E aqui surge uma questão que poucos se dão conta. Pelos contratos que ninguém lê, os dados que estes serviços guardam são deles e não dos usuários. E cada vez mais voltamos à idade da pedra digital, com a fragmentação de formatos, a quebra da interoperação entre sistemas diferentes, etc. Coisa que com a chegada do Windows e do padrão da internet se buscou eliminar.
E há, claro, a questão da soberania. Afinal de contas, quanto tempo as pessoas vão levar para entender que elas têm que ser donas dos próprios dados, e que tem direito a importá-los e exportá-los de qualquer ambiente ou sistema.
Conversando certa vez sobre software livre com uma pessoa que trabalha com a padronização de informações no comércio, ouvi dele o seguinte: mais importante que softwares livres são os formatos de dados livres, pois com dados abertos qualquer um pode fazer um software que os converte para outro programa ou uso. É de nosso interesse, enquanto pessoas, usar e apoiar cada vez mais sistemas que usem estes dados em formatos abertos, de dados de texto, planilhas, bancos de dados e muitos outros, sob o risco de ficar preso no curral dos outros.
E aqui fica aquela espetada de sempre. Nada é de graça, ninguém é bonzinho no mundo das grandes corporações. O Facebook está só começando a botar as mangas de fora.
Facebook bloqueia programa que exporta informações de amigos
O Netflix, que acompanhamos nesse blog há algum tempo anunciou sua vinda para a América do Sul. O serviço oferece filmes on line por preços muito baratos e nos EUA já fez consideráveis estragos nas tevês a cabo e por satélite. Para que canais de filmes no cabo, se você pode escolher o que e quando ver, com qualidade, legendas, etc.
Netflix Anuncia Expansão para a América do Sul. Brasil está na Lista.
A última fronteira. Essa é para os estudos sobre novas interfaces. Já comentamos aqui os capacetes que captam sinais do cérebro que podem ser usados para interação. Estes já se encontram à venda. Mas as pesquisas sobre isso estão avançando em velocidades inimagináveis.
Nessa fronteira temos um brasileiro desenvolvendo coisas incríveis, o Miguel Nicolelis. Próteses que respondem ao cérebro e também mandam a ele de volta informações sensoriais, que vão permitir a integração entre membros biônicos e pensamento, entre outras coisas. O cidadão também já concebeu uma ‘rede wireless’ para esse tipo de coisa. Já pensou. Pernas distantes do corpo se movendo comandadas por ele? Robôs e mídias integrados ao cérebro de pessoas em rede e à distância…
E claro, isso vai mudar as interfaces computacionais no futuro, ao invés de digitar, clicar, ao invés de clicar, falar, ao invés de falar, sentir, pensar… onde isso vai dar?
Um bom resumo disso:
Olhaí uma entrevista feita pelo Estadão que repassa o que já comentamos antes aqui nesse blog, a privatização da censura. Conforme o Wikileaks fala as corporações censuram no lugar dos governos a mando destes. E como já comentei, elas censuram em interesse próprio também, por questões comerciais, ou em função de suas opiniões, etc.
O grande exemplo é o da appStore que nos obriga a preencher uma lista imensa de itens sobre o conteúdo dos apps postados, e que confere seus conteúdos. O interessante, é que caso a censura seja feita, ela é arbitrária, a companhia não explica o por quê muitas vezes, e não há uma estrutura de recursos ou procedimento administrativo ou jurídico para equacionar possíveis equívocos ou absurdos.
Com a concentração crescente de dados de terceiros nas mãos de poucas companhias esse fato tende a se agravar e cada vez mais vamos sendo controlados, pelos estados e também pelas grandes organizações.