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obra coletiva liberdade na galeria 3/14 em evento da ELO em bergen, noruega

Entre 4 e 26 de agosto, na galeria 3/14 de Bergen, Noruega, ocorre o evento  Decentering: Global Electronic Literature Collaboration , promovido pela ELO (Electronic Literature Organization) e a Universidade de Bergen.

Exposto no evento, Liberdade é um ambiente poético 3d, coletivo, imersivo e colaborativo. Foi produzido numa oficina de criação literária em ambiente digital no Núcleo de Pesquisas em Informática Literatura e Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina, em dezembro de 2013, durante o II Simpósio Internacional e VI Simpósio Nacional de Literatura e Informática. A coordenação do trabalho é de Chico Marinho e Alckmar Santos. O ateliê participou, com Lucas Junqueira na programação de software e Álvaro Andrade Garcia colaborando no roteiro, produção audiovisual e com poemas de sua autoria.

Mais sobre Liberdade:
http://www.ciclope.com.br/liberdade/

 

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grão no peru

Recebemos recentemente esta matéria de jornal peruano, referente a participação de Claudia Kozak  – anfitriã argentina do E-Poetry 2015 – em seminário  sobre literatura digital em Lima, no último maio. Ela levou nosso Grão na sua bagagem. Pouco a pouco, ele vai se espalhando…

Conversatorio: Literatura Electrónica Latinoamericana. Dónde, cómo, por qué

CLAUDIA-

Literatura Electrónica Latinoamericana. Dónde, cómo, por qué
Miércoles 6 y jueves 7 de mayo | 7 p.m.
A cargo de: Claudia Kozak (Argentina)

Con el propósito de sumar aportes –teóricos, históricos y críticos– para la comprensión de los cruces entre las tecnologías digitales y la literatura en América latina, el seminario tomará por objeto el desarrollo de la literatura digital contemporánea en relación con líneas de experimentación artística que atraviesan el siglo XX y se continúan por otros medios en el presente.

Partimos de la base de que arte y técnica anclan en un sustrato común, puesto
que ambos pueden entenderse como formas de hacer mundo, regímenes de experimentación de lo sensible y potencias de creación, sean éstas gloriosas o catastróficas. Y en una época como la nuestra, más proclive a la catástrofe que a la gloria, e irremediablemente artificial –como si dijéramos también, sacrificial: sacrificada en el altar técnico– arte y técnica permiten comprender las imágenes de mundo que nos damos y, en función de ello, los futuros que imaginamos. Sin embargo, no todas las zonas del arte ponen de relieve esa confluencia. Tecnopoéticas, arte tecnológico, poéticas tecnológicas son algunos de los nombres que los estudios sobre el tema han planteado para las zonas del arte que sí lo hacen. Y la literatura electrónica, decididamente, forma parte de esas zonas.

Así, el seminario propondrá algunos recorridos por la literatura electrónica latinoamericana, a partir de los cuales intentaremos responder las preguntas que esta nueva práctica artística nos plantea: ¿Qué entendemos por literatura electrónica? ¿Cuál es la relación entre esta literatura y otras prácticas artísticas en el marco de las ciberculturas contemporáneas globales y/o glocales? ¿Es necesaria una literatura digital latinoamericana? ¿Es posible plantear para ella alguna especificidad regional? ¿Hay una política de la literatura electrónica latinoamericana?

Reunión 1:
Derivas (tecno) experimentales de la literatura en su cruce con otros lenguajes –visuales, sonoros, corporales–. Literatura digital: definiciones, géneros y debates. ¿Electrónico o digital? Primeros poemas digitales: las series IBM de Omar Gancedo (Argentina, 1966) y Le tombeau de Mallarmé de Erthos Albino de Souza (Brasil, 1972). De IB(M) a IP: momentos en/del dominio digital. Productores y receptores. ¿Escritores o artistas/programadores? ¿Cómo se lee? Ejercicios de lectura contemporánea: Grão de Alvaro Andrade García (Brasil); Partidas y Mis palabras de José Aburto (Perú).

Reunión 2:
Políticas de las translenguas experimentales en la ciberliteratura. Políticas hegemónicas de las lenguas en contextos global-digitales. Sobre desvíos, desfueros de la literatura y filosofías del acontecimiento. Literatura digital contemporánea latinoamericana y translenguas migrantes: Bacterias argentinas de Santiago Ortiz (Colombia-España), El drama del lavaplatos, proyecto PAC (Poesía asistida por computadora) de Eugenio Tiselli (México-España); Eliotians y Perlongherianas de Iván Marino (Argentina-España); IP Poetry Gustavo Romano (Argentina-España); Radikal Karaoke de Belén Gache (Argentina-España), Tierra de extracción de Doménico Chiappe y otros (Perú-Venezuela-España).

Claudia Kozak

* Doctora en Letras (UBA), Investigadora Independiente CONICET/Instituto Gino Germani (UBA). Profesora Titular en la Carrera de Comunicación y Adjunta en la Carrera de Letras, Universidad de Buenos Aires. Es Directora del Doctorado en Ciencias Sociales de la Universidad Nacional de Entre Ríos. Miembro del Comité Académico del Doctorado en Teoría Comparada de las Artes (UNTREF). Integra el grupo editor de la revista Artefacto. Pensamientos sobre la técnica. Actualmente dirige los proyectos de investigación “Tecnopoéticas latinoamericanas. Archivo crítico de arte, tecnología y política” (Instituto Gino Germani, UBA) y “Literatura y experimentación en América Latina. Hacia una política de las translenguas” (Instituto de Investigación en Arte y cultura “Dr. Norberto Griffa”, UNTREF).

Últimos libros: Poéticas/políticas tecnológicas en Argentina (1910-2010) (compiladora y autora, Editorial Fundación La hendija, 2014); Tecnopoéticas argentinas. Archivo blando de arte y tecnología (editora y autora, Caja Negra, 2012); Poéticas tecnológicas, transdisciplina y sociedad. Actas del Seminario Internacional Ludión/Paragraphe (compiladora y autora. Exploratorio Ludión, 2011, e-book); Deslindes. Ensayos sobre la literatura y sus límites en el siglo XX (compiladora y autora, Beatriz Viterbo Editora, 2006), Contra la pared. Sobre graffitis, pintadas y otras intervenciones urbanas (Libros del Rojas, 2004).

Anfitriona del E-Poetry Festival, Buenos Aires, Argentina, 9-12 de junio de 2015.
(http://epc.buffalo.edu/e-poetry/archive/)

Sitio web: Ludión. Exploratorio latinoamericano de poéticas/políticas tecnológicas (www.ludion.com.ar)

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acervo álvaro

texto base da apresentação de álvaro garcia no e-poetry 2015

Grão é meu primeiro e último trabalho de poesia digital, e me consumiu 30 anos. Comecei a pensar no poema quando larguei a medicina para me dedicar à poesia e me dei de presente um curso, que incluía música, línguas, linguística e a leitura assídua de outros autores. Logo tive contato com o chinês e a ideografia, que fascinava gente como Serguei Eisenstein no cinema, Ezra Pound e Ernest Fenollosa na poesia. O livro The Chinese Writen Character as a Medium for Poetry me influenciou assim como a Haroldo de Campos que difundiu essas idéias no Brasil. Uma língua que grafava visualidades em contraste com a nossa que grafa sons, a etimologia visual e a etimologia sonora, o sânscrito e as línguas indoeuropéias, as diferentes gramáticas de diferentes línguas.

Na época me fascinou um poema usado com exemplo da gramática chinesa, onde um autor descreve uma cena campestre sem sabermos o ‘quem’ e o ‘quando’ da cena. E aí descubro que em chinês o tempo, a pessoa e o gênero da fala não são tão relevantes quanto para nós falantes indoeuropeus, que grudamos nos verbos essas informações. Resolvi então escrever uma cosmogonia com características desse tipo de gramática.

De início pensei em fazer fluxos de semas retirando deles os sufixos e prefixos substituindo-os por sons que poderia manipular para fazer rimas e combinações. Pensei em trocar os ‘os’ e ‘as’, por exemplo, por ‘es’ e ‘is’ do italiano, e recriar as finalizações dos verbos livremente para destruir a noção de temporalidade, pessoa e gênero. Esses sons em português nos remeteriam ao latim, e de alguma maneira uma sonoridade relacionada à religiosidade que me interessava.

E comecei a colecionar semas e a ler cosmogonias em várias religiões e lendas indígenas, enquanto paralelamente meu trabalho poético ia tomando seu rumo.

Na década de oitenta, sincronicamente com os  Campos, com Wilton Azevedo, Philadelpho Menezes e Julio Plaza, eu publicava com autores de Minas Gerais videopoemas usando pc xts em telas de 320×240 pixels e 4 cores simultâneas. Daí me tornei diretor de audivisual, roteirista e finalmente diretor de multimídia, produzindo um grande número de títulos publicados em cd roms, dvds, sites internet, exibidos em televisão, rádio, cartazes em ônibus, livros impressos etc. Meu trabalho poético digital passou a gravitar em torno de um site chamado Sìtio de Imaginação onde evoluimos a interatividade e animação usando action script, a linguagem de programação do Flash.

E foi aí que Grão amadureceu. Decidi que a cosmogonia seria escrita com semas substantivados, no singular, mantendo as terminações mais simples possíveis em português, sem conectores, com um fraseado e exibição na tela sincrônico com ideogramas, sons e imagens também ancestrais, animados e com interação programada em um software livre que criamos a partir da nossa experiência com o Sítio de Imaginação e outros audiovisuais interativos que dirigi.

Em Grão, muitas vezes usei palavras de outras línguas como o sânscrito e o inglês para mostrar essa força transversal dos sons primordiais e imaginei que esse fluxo poderia ser entendido por falantes de diversas línguas, ajudados também pelo conjunto de imagens e sons que se compõe com os textos. Ao mesmo tempo me agrada brincar com as sutis diferenças, como no título, ‘grão’ em português é ‘grain’, ‘grano’, mas também ‘muito grande’ por exemplo. Os ideogramas servem como grafismo para nós, funcionam como títulos para os fluxos, e escrevem um poema em chinês tradicional.

Já no tempo de finalização do poema, estava bem empolgado com ideias do neurocientista e filósofo português Antonio Damásio que resolve um problema que vinha desde a década de 1990 para mim e outros autores digitais. Como fazer a multimídia se tornar uma linguagem nova e que de fato integrasse os diversos media e linguagens que são usados na criação e recepção de duas obras? Philadelpho Menezes usou a palavra intermídia, eu cunhei a palavra intersenso, e finalmente peguei de Damásio a palavra Imaginação, e de Pierre Levy a expressão Ideografia Dinâmica. Tudo se encaixava e integrava. Para Damásio uma imagem no sentido mental, cerebral, é um cluster, amálgama, de diversos inputs sensoriais, mixados e sequenciados com inputs das memórias, de modo que lidamos dentro da nossa cabeça de forma integrada e descategorizada com imagens sejam visuais, sonoras, olfativas, táteis, proprioceptivas etc, quando pensamos, sonhamos… imaginamos.

E bingo, fugir da metáfora da página nas interfaces digitais era o sonho de praticamente todos os pioneiros e pensadores da informática, e meu também. Podemos ficar, por exemplo, com Theodor Nelson, que na década de sessenta cunha a expressão hipertexto, e que vai evoluir para hipermídia. Ele descreve também o que seria a transliteratura. Está destruído o espaço bidimensonal da folha impressa e aberto o espaço hiperdimensional dos links e nós. Se estamos no digital vamos abandonar a página do impresso e tentar trabalhar com fluxos de imagens como fazemos na mente e os softwares tem que se adaptar a isso. Eu hoje só uso páginas como véus, como respiros para a informação, o arroz nos pratos culinários. Mas fruição é a palavra, animação é a base da interface.

Managana, criado como software livre, serve então como ferramenta para a autoração, edição coletiva e também exibição e interação desses fluxos de imagens mentais, toda a sua estruturação parte desse pressuposto. E a poesia stritu sensu (textual sonora e visual) sente-se à vontade nesse ambiente, já que historicamente tem longa trajetória de contato com a música, artes visuais, matemática, enfim, outras linguagens e sistemas. Entretanto, o software vai bem além da poesia, cabe ressaltar que hoje usamos em audiovisuais interativos, instalações em museus e centros culturais, para publicação de revistas eletrônicas e integração com blogs e redes sociais.

Então aí está o Managana, estou no player para Windows, aqui no celular temos o player para ios e para android, temos um executável, um show time com interações sofisticadas para instalações com video mapping, integração com kinect, arduino, etc. Aqui, além da navegação pela obra podemos comentar, compartilhar, votar… e editar.

Lhes mostro a interface de edição do Managana, que tem um editor local e também web que agrega muita coisa do WordPress no sentido de ambiente de edição conjunta, com potentes ferramentas para a ‘programação’ dos fluxos imagéticos e suas interações, inclusive algoritimicas e entre dispositivos, transformando-os em controles remotos uns dos outros.

A estrutura do menu fala um pouco de sua organização, temos comunidades, fluxos, playlists, a ideia é a criação de paisagens mentais com essas playlists mixadas e sequenciadas numa espécie de meta time line e preparadas para delivery em múltiplas plataformas. E os dados são todos gravados em formatos abertos e padrão numa pasta que pode ser livremente manuseada.

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grão, fogo e managana no e-poetry em buenos aires

(atualizado em 30 de junho 2015)

O livrE (livro eletrônico) Grão, de Álvaro Andrade Garcia, desenvolvido com o software livre Managana, do ateliê Ciclope de arte e publicação digital, foi apresentado no E-Poetry 2015, evento promovido pelo Electronic Poetry Center, da universidade de Buffalo, NY, EUA em parceria com a Universidad Nacional de Tres de Febrero, da Argentina. O evento aconteceu entre 9 e 12 de junho e fez um apanhado da produção de literatura digital na América Latina e no mundo.

 

No mesmo dia, o prof.  Rogério Barbosa, do CEFET MG apresentou “A poética de Alvaro Andrade Garcia em Sítio da Imaginação: uma poesia em multiplataformas”.

 

Na sequência foi apresentada a obra coletiva Liberdade, realizada em oficina do II Simpósio Internacional de Literatura e Informática, na UFSC. Poemas de Álvaro Andrade Garcia permeiam a interface em forma sonora e em ambientes gráficos, e o software teve a pesada contribuição da mão de Lucas Junqueira. A coordenação do trabalho foi de Francisco Marinho UFMG e Alckmar Santos UFSC. A obra contou ainda com poemas de diversos outros autores.

 

Mais informações no site do evento: http://epc.buffalo.edu/e-poetry/archive/

Para acessar o livrE e conhecer Grão: http://www.sitio.art.br/grao/

Para fotos, vídeos e informação para imprensa sobre o Grão:

http://www.ciclope.com.br/download-do-grao-em-video-full-hd/

http://www.ciclope.com.br/fotos-do-lancamento-do-livre-grao-e-do-software-managana-no-espaco-tim-ufmg-do-conhecimento-em-27062012/

http://www.ciclope.com.br/textos-do-lancamento-de-grao-e-managana/

Para acessar o livrE e conhecer Fogo: http://www.sitio.art.br/fogo/

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maio no sítio do ciclope

13 anos do Sítio de Imaginação.

http://www.sitio.art.br/

Em maio de 2002 no Museu de Arte da Pampulha a gente apresentava ao público a primeira versão do Sítio que depois evoluiu até a atual 7.0 e gestou em suas entranhas o Managana, software livre de publicação digital baseado em novas interfaces para a imaginação compartilhada na rede, que roda em dispositivos móveis, internet e em instalações interativas em espaços públicos, como museus e centros culturais.

Grão e Managana no E-Poetry em Buenos Aires

http://www.ciclope.com.br/grao-no-e-poetry-em-buenos-aires/

Dia 12 de junho 15 hs estaremos apresentando a colegas do mundo todo, especialmente da América Latina, nosso livrE poético Grão e seu software Managana no Festival E-Poetry promovido pelo Electronic Poetry Center da Universidade de Buffalo, EUA.

No mesmo dia, após a apresentação do Grão e Managana, o prof. Rogério Barbosa apresenta “A poética de Alvaro Andrade Garcia em Sítio da Imaginação: uma poesia em multiplataformas”.

Será apresentada ainda no mesmo festival a obra coletiva Liberdade, realizada em oficina do II Simpósio Internacional de Literatura e Informática, na UFSC. Poemas de Álvaro Andrade Garcia permeiam a interface em forma sonora e em ambientes gráficos, e o software teve a pesada contribuição da mão de Lucas Junqueira. A coordenação do trabalho foi de Francisco Marinho UFMG e Alckmar Santos UFSC. A obra contou ainda com poemas de diversos outros autores.

App Poemas de Brinquedo ganha participação do poeta e performer Ricardo Aleixo.

http://www.ciclope.com.br/poemas-de-brinquedo/

Para o segundo semestre prometemos entregar mais um livrE, dessa vez o App Poemas de Brinquedo, projeto aprovado na lei municipal de cultura de Belo Horizonte. O roteiro já está pronto e as primeiras gravações de áudio já foram realizadas pelo poeta e performer Ricardo Aleixo. Em julho começa a montagem final do aplicativo com poemas lúdicos animados e interativos.

Managana 2.0

Começa a articulação para a construção da nova versão do nosso software livre de publicação digital, que atualmente está na versão 1.7. Um amplo leque de colaborações com o Nupill da Letras UFSC, o 1maginário da EBA UFMG e a Voltz design está sendo construído. Vamos reformular a interface de edição com a criação de um editor simplificado para tablets e smarts, ter um novo controle remoto mais simples e fácil de usar e acertar pra valer a interface de edição profissional, que por conta da nossa frenética atuação criando novas funcionalidades está precisando agora de uma decantação.

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a cidade dos que descem pela escada

Atualizado em 28 de maio

O Lucas Junqueira entre uma linha de código e outra produz seus próprios games… e livros. Dessa vez, junto com seu xará Lucas Nascimento que ilustrou o trabalho, desenvolveu um livro game. Uma história para crianças que é game ilustrada. Você vai lendo os capítulos, vai percorrendo a história.. e jogando com os personagens para percorrer a história.

O brinquedo está disponível na Play e na Apple Store.

Aqui um link para o projeto:

http://stairsthird.var.art.br/indexpt.php

Por aqui ainda o silêncio, mas vejam só o que já saiu na mídia especializada, de fora do Brasil :)

http://www.slidedb.com/games/third-floor

http://appadvice.com/appnn/2015/05/help-igor-find-his-way-out-of-the-third-floor-in-this-new-game-book

https://www.youtube.com/watch?v=49Bh6YJzLYU

http://www.indiegamenews.com/2015/05/coming-soon-to-ios-city-of-those-who.html

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inhotim tem app para uso em projetos educativos

O ateliê Ciclope foi contratado pela Voltz design para trabalhar no desenvolvimento de um aplicativo para celulares e tablets que cria um ambiente de trocas de informações e comunicação nos moldes das redes sociais. O software é usado em smartphones e tablets pelos monitores, professores, alunos e coordenadores do Inhotim para troca de informações, extensão de atividades, acompanhamento de projetos etc. O app programado por Lucas Junqueira se integra integralmente ao site, criando um ambiente transversal de acesso aos conteúdos postados na rede da instituição cultural.

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holo lens

A guerra de titãs para definir o mercado global de realidade virtual imersiva ganha um competidor poderoso, a Microsoft, que ressurge das cinzas com uma solução que se for o que promete será uma revolução.

A mil anos tenho falado aqui que o futuro das interfaces digitais ia caminhar nessa direção.  mixagem entre imagem real e projeção mixada sobre ela ou ocupando a visão toda, num óculos. Já existem inclusive equipamentos assim, que já são por exemplo usados pela Boeing para montar aviões, plantas são sobrepostas sobre o que vê o trabalhador para ajudar no trabalho. Telas transparentes já existem disponíveis. Faltava colocar tudo isso junto mais a tecnologia kinect de reconhecimento de movimentos corporais, mais áudio de qualidade, mais espaço para óculos de correção de imagem, mais software e interface pensada para isso, mais tudo aquilo que um smartphone tem e é capaz de fazer! Conectar!

Além do indiscutível uso profissional da ferramenta estaremos vendo uma mudança profunda nas interações homem computador com a proliferação desses dispositivos.

Agora entendo um pouco por que o Google retirou o Glass do mercado, eles vão ter que evoluir aquilo, mesmo por quê já está chegando também ao mercado o Oculus Rift, a solução do Facebook. O Oculus Rift não tem tela transparente e não mostrou ainda uma interface e um ambiente de desenvolvimento para ele tão instigante quanto o da Microsoft. Mas ele está chegando aí para conquistar corações e mentes.

http://www.wired.com/2015/05/oculus-rift-coming-early-2016/

 

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chili crab e as notas musicais

Produzido com apoio do edital Inovapps do Ministério das Comunicações o game de alfabetização musical Chili Crab está disponível na Play Store.

A turma que produziu o brinquedo tem muitas ‘passagens’ pelo ateliê, Matheus Braga que cuida da parte musical compôs várias das nossas trilhas, trabalhamos anos juntos. E o Chiquinho Marinho já trabalhou conosco no ambiente digital poético Liberdade.

O trabalho é primoroso, áudio, animação, os joguinhos. Vale a pena baixar pra criançada!

https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.plugandboom.chilicrab

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acervo álvaro Blogue - cultura digital, poiesis e work in progress

milho verde déjà vu remix

Milho Verde Déjà Vu Remix

Faz mais de uma década desde a gravação em vídeo; as águas e o moinho, as vendas, a chuva barroca na capela, a cozinha da roça… eu sabia que teria mais imagens preciosas diante de mim…

Pensei no quarto: não queria filmar nada. A segunda chuva barroca seria só literatura. Deixei o celular na tomada e sai andando até o gramado, que segue plano até a igreja e depois desce suave até a escola e o campo de futebol.

O gramado é o centro de uma grande espiral de terra, que pode ser vista dali. O Lageado cercado de montanhas com o rasgo branco das águas que circundam a vila e seguem para o Jequitinhonha. Sim, estamos nas cabeceiras do rio. Diante de mim o Itambé, uma das maiores montanhas do espinhaço, com 2002 metros de altura, seu cume estava cercado de névoas que contornavam a pirâmide azulada atrás da serraria mais próxima.

Dois feixes de luz abriam espaço entre os cúmulos. Uma névoa fina e úmida batia na face, o sopro vinha de lá. Dois arco iris, um de cada lado da montanha, batendo na terra e penetrando nas imensas nuvens que circundavam o pico.

A lua quase cheia apareceu simultânea, enquanto Ubirajara (uma encarnação graciosa em forma de cão, que viveu e foi enterrada no Sítio de Imaginação) se posicionava saltitante diante de mim. Ele já estava em outro de seus corpos, mas ainda com a coleira anti pulgas.

Mais um plano com a igreja e suas duas palmeiras diante de mim. O cemitério está coberto de capim, até parece que ninguém morre por aqui. Puro engano, o tempo levou da comunidade quatro mulheres, conhecidas por quase todos.

Logo soube, a Jacira morreu de câncer, nova, que dó, lembro dela, amável, forte, poeta e politica, guerreira. A cozinheira e lutadora das causas da negritude passou rápido por aqui. Morreu também velozmente a Rita, do Armazém. Outras que se foram, já eram velhas quando conheci, foi-se uma época. Dona Santinha ganhou o nome do posto de saúde, nossa querida parteira e raizeira. Dona Neusa, da crônica da cozinha mineira, Dona Lourdes… O câncer levou todas elas, as queridas donas da velha geração… entristeço pela Rita e Jacira, que saíram da terra jovens ainda, mereciam estar entre nós.

O Adelmo açougueiro, que depois vendia um fabuloso pastel com caso na sua venda, achei que estaria também morto, pela idade que tinha quando conheci, mas na volta do chuveiro de águas do Lageado, lá estava ele na porta de casa. Não vende mais o pastel, nem a prosa da sua pequena portinha.

As vacas pastam na rua entre os incríveis cães, selecionados em anos de convívio com galinhas, não atacam nem mosquito. Anotei ao menos um nome óbvio e bonito, Rajan, que não quis descer com o neto da dona, mas assentou-se do meu lado debaixo da árvore que fica atrás da igreja. Um lab lata preto e peludo, alegre como ele só. Aliás os vira latas do lugar estão cada vez mais pretos, com aquele pelo e cara de labrador, já sabemos como são mestres em espalhar o dna.

Conheci outro cão engraçado: o olho preto, com estatura de cão de caça, branco malhado fino de cinza. Suas poses, seus asnas, no meio das ruas ainda de terra são dignos de um master de yoga. Continuam pacíficos os cães daqui. Esparramados nas ruas, dormindo em pose, zero de agressividade.

Dessa vez depois de tomar assento no banco diante do bar do Adir, afiei o ouvido com o sotaque da roça, um pouco já abaianado, no nasal e na cadência e fui atrás das bençãos no poço de cascalho da Carijó. Ora de ver também como está o Moinho.

Depois do banho, sai andando pelas ruas do vilarejo lembrando em cada ponto de todos os fatos e pessoas que estiveram naquelas ruas comigo. Todos os tempos se entrelaçaram num desfile. O quarto de esquina quando fui com a Isabela na viagem com o Fox, a viagem com a Luciana, Rodrigo e Ana, ele com um pod de proibidão, brincando de anjo torto no paraíso… O encontro com o Piga na passagem de ano, o festival de inverno e sua turma, que sempre nos levava a um passeio na região, os domínios do Paulinho em São Gonçalo, a casa da filha do Ademil e seus hóspedes, as caminhadas e aventuras no entorno, Capivari, Grota Seca, Baú, as inúmeras visões solares, iluminações e banhos. De alguma maneira o livro Álvaro e o web doc Sertoes.art.br tiveram momentos de trabalho nesse lugar.

Hora de terminar com o desfile, então, procurei o Armazém. Assentei na mesa perfeita, com o visado para o lajeado e a serra do raio, na varanda dos fundos. A tarde caia. Toca blitz e bandas pop anos 80. ‘Fazer amor de madrugada, com jeito de virada, para para pá’. São as espirais do melangè déjà vu

Veio dar a graça e pedir carinho, e lógico, comida, o Sorriso, cão vermelho de media estatura, a gata branca branca Sofia e o Francisco, preto preto com olhos de pantera, igual à minha Pituna. A turma é da filha da Rita, que tem um quê da mãe, e que assumiu o negócio.

Mais tarde vendo o Ubirajara mijar percebi que era uma garota, na encarnação em questão. Rajan e todos os seus amigos me cumprimentaram outra vez e desci a rua até o Lageado, hoje área estadual de proteção ambiental com 10.000 hectares.

Só digo o seguinte, a época é de floração, caminhei entre jardins rupestres nos campos do Lajeado. De toda espécie, rosa, laranja, branco, azul, violeta, as mais bonitas, as flores do campo. As tais que nascem sem semeadura, delicadas não se cultivam. E o fim disso tudo? Um poço e uma ranhadura na pedra onde se possa tomar sol e nadar, meditar, pensar.

Abriram um café, se chama Veredas, o único que te serve um expresso arábica incrível com vista para um curral do outro lado da rua, com direito às vaquinhas e bezerros, e de quando em quando galinhas, bicicletas, jipes se interpondo. Um caldo, uma tortinha, um café, um suco, o curral enche esvazia, passa uma galinha, a janela ao lado dá prum cafezal, é mole?

Não tem como falar de café sem chegar no imperdível galpão de quitutes da Dona Geralda. A casa dela fica na esquina, diante da igrejinha e no quintal ela fez um galpão grande com um forno de barro redondo no meio. Por 10 reais acontece um self service. Ela vai tirando do forno os biscoitos, bolos, broas, basta servir o café, o leite, manteiga e queijo do lugar. Ela me salvou no domingo depois que todo mundo foi embora e a cidade fechou todas as portas, se não fosse ela passaria fome. Esse é um cuidado, se for fora de fim de semana e feriado tem que garantir a comida com o lugar onde vai se hospedar e levar coisas para completar.

Muitos anos depois a cidade continua especial, e conseguiu se cuidar muito, dadas as condições de evolução urbana nesse início de século. A área de proteção ambiental é um luxo inacreditável que criou um bem comum e a vila tem atividade econômica com o turismo, sem que ninguém se aposse das melhores belezas e águas. O celular pega super bem e a banda é larga mesmo, 6 mb, deu pra ver streaming a minha série preferida. As pousadas têm wi fi, o lugar respira melhoras na infra sem perder quase nada do seu jeito de ser. O Mauro serve no Fogão de Lenha em breve. E já cheirei pelas ruas: pernil, biscoito de polvilho, frango, candeia, sabonetes e flores diversas… jasmins, lírios, dálias, margaridas, cravos.

A pousada André Luiz, onde fiquei uma vez está à venda e o Rancho Velho com as portas fechadas. Foi ali hospedado por chegar em cima da hora, que conheci Dona Neusa. Uma das vendas do filme também fechou. A casa de Aparecida, que passeia comigo pela vila a pedaladas, está toda pintada, mas não sei quem mora lá. Vi umas meninas que parecem parentes. Dela tive notícias já faz algum tempo, que estava adolescente, adulta jovem e que estava estudando em Belo Horizonte. Todo dia eu tinha que tomar água no chafariz cujas pedras estão com lodo fininho, parece que não lavam mais roupa lá, é… chegou a água encanada, mas os quintais continuam incríveis de frutas, flores, milho, abóbora, feijão.

À noite tem forró com sanfona, pop, mpb ou rocão para escolher, tem lua cheia e filetes de água por toda parte. Esfria, outono em Minas Gerais. Hora de usar meu casaco de lã uruguaio. E bora comer uma pizza no Angu Duro. Enquanto saboreio a delícia com presunto de parma e uma pale ale da Baker olho a mesa ao lado com sete pessoas, seis de olho e tocando nos seus celulares. O sétimo, como ficou também só, olhava pro lado sem ter o que fazer.

Não é incrível o que me aconteceu depois que eu desliguei a câmera e a literatura começou a gravar? Como ela revolveu em mim todas as frinchas da memória e me jogou suavemente num fluir de mananciais estésicos. Devo confessar, esse é o presente que me dei para o aniversário, para começar o mergulho mais profundo da minha vida, e escrever a minha obra mais densa.

Pois para completar, não é que o dia 2 de maio nasceu nublado, friorento, com uma luz difusa e suave cobrindo tudo. Mais pé na trilha, pão de queijo quentinho, suquinhos, bolinho frito na hora. O dia ficou apto a cumprir a promessa que fiz para o próximo setênio, contar a estória, e fazer o notebook que trouxe servir para alguma coisa.

Os personagens estão aqui diante de mim, na rua também me procuram, o velhinho banguelo com um cajado que já se aproximou para puxar assunto… como atraio histórias, a rude briga dos cachaceiros no Ademir, as pessoas conversando na rua. A turma toda ‘trabalha na MRV e ganha bem em BH’. O som afiado das vozes, as palavras precisas, a Anglo American em Conceição… O dia em que Cássia Eller morreu, as histórias do Sacy, a festa do Rosário, o dia de Reis…

Segui o cortejo da minha saga e mergulhei na vila que estão criando no meio da mata, depois de fugir da Bahia. Começa aqui a pequena outra e ficcional Vila de Conceicão do Mato Dentro. O teclado dispara e vão sendo cortadas as toras, feito o madeirame, capinadas as roças, queimadas as raízes mais grossas. A mina ganha a proteção de N. Sra. das Brotas e as penas de água são divididas pelas famílias. Lá está a matriarca, ainda criança construindo a sua história até se tornar a Dona Lita e espalhar sua prole pelo Brasil.

À noite no Armazém o aniversário prossegue com um show animado, com muito Jorge Ben Jor, O Paulo estava lá, firme e forte achei que a birita iria acabar com ele. Mas nada, o cara tá inteiraço enquanto Rita se foi…

Na sequência conheci os caras de uma banda e três girls that wanna have fun, uma versão tropical das Bruxas de East Week. E seguimos em caravana, com catuabas selvagens em garrafas de plástico, rumo ao Bambuzinho, a venda ainda existe, o Agostinho não está mais lá, agora funciona um espaço cultural com palco para shows. O astral é o mesmo, rock, reggae, tropicália. E rolou um show muito bom em cima de Gil e mais Jorge Ben, Raul, Caetano. Conheci a galera da banda, o Fernando estava lá, a Pilar, Taís e Tatá brincaram e brindaram comigo. Bem… Tatá, todos que conhecem a história do nome da Jitataoca sabem, é fogo em Tupi. A mesa toda comemorou meu aniversário. E dancei até não aguentar mais de cansaço, além de misturar catuaba cachaça e cerveja. Hora de tomar uma hidratante definitiva e caçar rumo. A noite sempre me vence. ‘O mundo vai acabar e ela só quer dançar dançar dançar’ ‘oxossi ogun são senhores da picada’, ‘tudo passa, tudo passa’…

A estrada já foi asfaltada. As pessoas que andam na rua estão bem mais obesas, especialmente as mulheres, o povo da Axion (lembra do desenho do wall-e, o transatlântico espacial). Tem muita gente de Ipatinga e região, é bem perto vindo por cima. As casinhas dos pobres ainda fazem dinheiro extra com as turmas do vale do aço. E as pousadas abrigam os trabalhadores do ferro, que agora podem passear com os filhos, soltar pipas com logos do desenho Carros ou com o desenho da asa do Batman. Os filhos já brincam com seus tablets e joguinhos, deixando orgulhosos os pais. O lajeado também ficou mais família, uma nova geração que aprendeu a gostar de cachoeira.

O grupo Mandala se apresentou na igrejinha, claro que a lua cheia nasceu atrás, Jorge foi saudado e cantou para nós. E os hipongas deram o ar da graça, com os esvoaços multicores de batas, mantas, crochés, cabelões e dread locks.

Milho verde estranhamente comporta esse tubo de tempo, e ainda passa bem devagar, ainda bom. A mistura de gente mudou um pouco, mas quem é do lugar sempre te cumprimenta na rua. Sempre. É bom dia, boa noite, como vai, o tempo todo. O mundo merecia um dia em Milho Verde. Eu tive a sorte de passar meu aniversário aqui.

Repórter Álvaro Garcia
Para o caderno de turismo e memória do Tempo (fictício)