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texto integral do declame o gesto da palavra

O GESTO DA PALAVRA

(para ver vídeos da apresentação, clique aqui)

Texto do declame no Sarau do Memorial
30 de agosto de 2014 no Memorial Minas Gerais Vale
praça da Liberdade BH MG

Poesia?

Apresentarei a vocês um recorte da minha obra passando por textos de quase todos os meus 11 livros. Neles, colhi poemas que de alguma forma tocam na pergunta fundamental. Poemas, poeta, poiesis, eu diante da condição de ser um. O que é poesia e o que não é mesmo. Mesmo?

Lucas, parceiro no Sítio de Imaginação Ciclope, o sitio.art.br, vai discotecar a mente poética já publicada no ciberespaço. Ele fará isso ora em sinergia, ora em dispersão, na maior parte do tempo sem som, de forma mais cenográfica, numa projeção atrás de mim.

… Foi interessante a ‘pesquisa’.

Achei muitos poemas cheios de mais perguntas e novas respostas, quase todas válidas, e concluí: a poesia não tem contorno e suporte bem definidos, mas…

… que existe, existe.

Vamos convidar para este declame o primeiro dos nossos abuelos

O caso do cumpadi, a sua ‘formação’
por seu biluzinho,
pescador de januária mg, na beira do rio são francisco
(acervo do Sertão de Minas 1.0, hospedado em sertoes.art.br)

Espero trazer indícios, traços, pistas, para afinar em perguntas ou inquietações, melhor dizendo.

Pretendo ler poemas para nós e tecer uma rede em volta, construir uma ‘formação’.

Construir um castelo de areia para vê-lo ruir com a maré

De onde começamos, a partir do livro Monódias:

ABSOLUTA

o que faço é ser às vezes
o que muitos outros são

poesia definitivamente não é verso
busco o gesto das palavras

Tem uma anotação da mesma época.

ANOTAÇÃO

o poema nem sempre está
quase nunca deve
nem às vezes se espera

o ar não parece ocupar
e a língua não é apenas falar

Começaria tentando apresentar aqui um certo olhar, Esse ‘olhar’ da poesia.
O poeta observa a sua musa. Sentada na mesa de um bar.

A MUSA SÉRIA

de traço reto
e linha grossa
entre a testa e os olhos
cor de carvão
(cara-de-pai)
olhos sonsos – de quem não vê
(usa óculos e os põe por vezes)

lá está a musa
séria e reta
bem diante de mim
iluminada pelo neon
imaginada pelas palavras
distante dos olhos
que não vêem os óculos

a musa séria e reta
que agora me leva
mais um guardanapo

sobre-olho preto
boca suave
traço de seu-pai
corpo de mulher
a musa séria
com cara de desmaio
displicente
fixa num ponto da mente
toda mistério

busco os gestos do seu espírito
que acerta cada dessas arestas
cada vez que sobe a sobrancelha
sem dobra
e nos deixa um olhar
isósceles e sonso

O HOMEM DO BAR

era desalinhavado
ouvia-se e reclamava-se
o tempo todo

Os bens inestimáveis. De certa forma o território da desmedida.

SALTO NA DIVISA

livre no sertão
com um caderno de música
alegre e só no ermo
a paisagem grandiosa
que não cabe no quadro
a terra-e-o-céu
o cavaleiro da luz
no solapino
no plano desse horizonte
o cavaleiro da luz
salta na divisa
lá-se-vai
na pista desse dia
no plano desse dia
na divisa céu-e-terra
salve alturas!
salve larguras!
no plano sem ribanceira
o liso apenas
um vasto contorno
vejo de costas
vejo só teto
meus olhos palpam chão
meus olhos debruçam céu
ó mundo inóspito!
oxalá tivesse a fôrma
desse contorno grandioso

O É, o instante

ENTRETIDO

entre
duas paredes
gemelares
de sebo
de gota
de glande
tido
concebido
de boca
grande
de môro
turvo
concepcionado
través de mãe
viés de pai
visto
depois
como ente
valente
garoto
tido
entre tantos
tido entre
outros
possíveis
para ser
exatamente
o
É

trecho capturado do documentário Pan-Cinema Permanente
sobre Waly Salomão, dirigido por Carlos Nader )

Como começa 1 poema?
A busca do primevo, o início, as fontes.

A PROFECIA DO GÊNESIS

I
fora aos usurpadores
que se apropriaram
da nossa fome
fora! o sagrado
queremos também

II
agora lembramos
o código nos pertence
agora lembramos
amamos a terra e o mais entranho
dos perfumes de chuva
sabemos ser como os animais
e entendemos o porquê de morrer
estamos aqui antes da extorsão
e da usura

IV
quero o mundo antes da posse
quero o mundo antes do pasto
esta folha branca outra vez
a arte bizonte
o artista atrás da obra
o ciclo imutável da vida
passando aqui
quero navegar através das eras
e esquecer a pobreza do século
o tempo na larga
como o geólogo e o astrônomo
quero partos com dor
e a vida como ela é
desde sempre…


também não sou alegre

nem sou triste
e daí?
sou templário
o homem antes do bom selvagem
e de todas as formas de dizê-lo
como ser

antes da tora
todo dia um ritual
antes do paraíso
e de dante
mesmo, antes
nem bem nem mal
o que é bom
apenas
antes da fartura
ser cobiçada
ainda no uso-fruto
sem tiranos
com o prumo da raiz
e o sumo da planta
e a matriz de todas as seivas
na hora da vida
na hora da morte
a mesma medida
reto e correto
como um arco
a linha na linha
e o ponto no ponto
onde deve ser
porque
é a minha Lei
e vem antes de adão
do mundo
sem homens
sem costelas
sem terras
sem paraíso
a vastidão
a terra sem promessa
pronta para começar

Nomear. Quando uma palavra se torna.
O espaço dos nomes próprios.

O DICIONÁRIO PRIVADO

é nome
minha primeira intenção
e quando fizeram-me Álvaro
passei a pertencê-lo
e assim como todos os nomes
que se tornam próprios
agora ele é meu
com nuances e verbetes
indispostos nos dicionários

é um sudário
uma rachadura
um fecho
meu nome é uma sutura
nas paredes do tempo
não me grite, é vão
não me evoque
meu nome é um santo
esquecido e alongado
na têmpera do tempo
é um serviço
sacro em seu benefício
nele você se expia
e sabe o quanto se ama
ou se destrói

porque
certa vez
disse-me um
grão
não é
carma
seu nome
é darma de alma
é salmo da alma
seu nome

ALVARIAÇÕES

Alvíssimo
Alvarinho
Alvaroço
Alvarão
Alvaríssimo
Alvarado
Alvaror
Alvinho
Alvrinho
Alvorecer
Alvaredo
Alvoredo
Alvarada
Alvarinho
Alvura
Alvarido
Alvarez
Alvarento
Alvará

O testemunho de 1 tempo, ‘eu sou o cara, eu estava lá’.

MESSIAS DE 1 HOMEM SÓ

desencaixotado
rebelde de causa
um pensativo inveterado
um fracasso meditatório
uma espécie de silêncio
maldito até em casa
que já faz tempo
fala com cafundó
atalho de
notícia & pessoa
fogo & fadiga
afluxo de alegria
o pão da poesia
meu defeito de fabricação
meu sestro
meu verso
e minha alegria
‘eu sou o cara
eu estava lá’
eu sou a voz
que ousa
eu sou a vez
da dúvida
e duvido da morte
e duvido da dor
e não sei onde acabo
nem onde estou
perdoado & contente
‘eu sou o cara
eu estava lá’
ensandecido
desterminado
estado de alma
um poema imprenso
os perigos
e as idéias incontroláveis
livre, indébito
começo de tudo
fim de nada

A poesia é algo que acontece entre um massacre e outro.
Entre uma guerra e outra, sou mais um refugiado.

ÉRAMOS

sou um ocidental
produto do índio português
que veio à origem
e nos chamou do que era
sem saber quem éramos
sou um produto da matéria sexual
que serve à propagação
da idéia indoeuropéia
sou a fronteira
entre o leste e o oeste
estou no meio da tempestade
entre a rocha e a onda
o marisco
venho do resto
portugal é o resto
de uma diáspora mal sucedida
de um movimento
que partiu rumo às índias
e aportou aqui
e disse índios
os que éramos
e acabaram ficando
e seu trabalho foi
fundar uma zona
uma rodovia qualquer
que resolveram fazer
para pilhar a terra
ah! eu vivo aqui
faço parte do butim
em minas bósnia
são paulo bagdá
no rio haiti

Acima de tudo, o poeta é uma pessoa que tem uma relação para lá de especial com as palavras.

Do Verão Dentro do Peito.

A PALAVRA VIVA

a palavra lava o que agente mente
a palavra mente onde agente sente
a palavra cansa a palavra amansa
a palavra passa o que agente pensa
a palavra amassa
a palavra atrasa o que agente esquece
a palavra aquece o que agente teima
a palavra queima
a palavra fogo que agente apaga
a palavra tralha que agente afasta
a palavra gaga
a palavra lavra
a palavra ato
mato onde agente embrenha
a palavra exata onde nada ata
a palavra sacra
a palavra senha a palavra laca
amarga doce luz
assanha brilho soa
bela voa
a palavra garça
taça
a palavra que agente bebe
a palavra tonta
a palavra esquece
a palavra enterra o que agente troca
a palavra cava
a palavra cova
afoga trama aplaina
a palavra amaina
amanhece
a palavra espaço dia
como brisa

Poesia experiência sacra?

PREFÁCIO DE DEUS

no mundo que é cerca
busco as palavras da imanência
a boa luz
e meu deus tem esta fôrma
que não posso esquecer
ele é a minha palavra de súplica
de desejo mais sincero
meu paço de humanidade
converso com Ele
como se as palavras
fossem ele-elas-também

Ele me fez na forma de um nome
que louvo com a blasfêmia
das minhas faltas
e com a certeza da Sua compreensão
diante Dele sou puro
princípio e consagração
na luz que banha
a treva-eu
Sua presença me constrói
sem Ela
minha beleza se desmancha
em ossos baldios

Banal?

NADA DEMAIS

tudo é vulgar como o batom vermelho
e a saia justa de crochê
como os sorrisos da caixa
– as mentiras amargas e a música sertaneja –
a garapa escorrendo entre os dedos
o brilho na pedra falsa
– o Shop Pastel –

Guarapari
teus olhos de kitch me fitam
nossa cumplicidade…
as coisas em seu lugar
– doce é a vida, doce é o olhar –
o jeans délavé
o senso comum de mãos dadas
com minhas madrugadas
tudo é igual no fundo dos olhos
que se cruzam pelo caminho

da praia dos namorados à ponta das castanheiras
pedras toscas e negras
senhores aposentados
nomes no tabuleiro de damas
tatoos descartáveis
uma mineral de plástico
seu prisma neon
como um brilhante adocicado
e também aquele senhor
que hoje fabrica mentiras em mim
suas mesquinharias
a poesia banal, seu traço vulgar
a pizza esquecida
à noite no calçadão
o vento ressoa nos ouvidos
os caracóis som-de-mar
desejos de clareira
ver aquelas pedras trinar
nada demais
um filé com fritas
nada muito sério
um sunday de caramelo

A estética tropical, a luz implacável. A poesia em êxtase como no Caraça, naquele dia. Blake com uma pitada de Rimbauld?

CARAÇA

Pequena enxurrada de poesia
que antecede a chuva
que não chega a cair exatamente.

Santa Bárbara de Minas
Dezembro de 1991

cantareiras voando degraus no céu
trinchas grossas no céu
calmaria de cinzas
vapores de caules degraus
talo das plantas
os brotos a benção
calmaria de cinzas
trinchas grossas no céu
graneleiros no ar
rebentos odores
avisos passagem
o tenor do sol
o ruflar de nuvens
o também dos pássaros
ervas sementeiras
mãos úmidas por toda parte
talos e calos talos

mastigar as plantas sorver esperança
a saliva plena dos bosques
a supremacia os planos da afeição
aviltar as cascas as frinchas as lesmas
revolver mensagens paradeiros e fatos
tirar o som do sol o som do sim
tinir o balde azucrinar a mula
zurrar a bica sapecar a massa
os fatos com nacos de ti

estalidos
traques no céu
armaduras de chumbo
estacas estiradas
filete de água córregos
ferpas pó de água
estiletes estampidos borbulhos
plenos viços pulmões ferroadas
ares de ventania
sobrancelhas no céu

o fim de ornamentos
o fadado, os ciscos, os vãos
ruindo, destramelando
o dia tine, alveja a vida

A letra vem com a música, a poesia com o silêncio, li numa entrevista de Nando Reis.

Poesia não é para entender, entender é pedra, seja árvore disse Manuel de Barros.

OS AFAZERES DA PEDRA
(como em manuel de barros)

todos os afazeres da pedra
estão escritos antes dela
por que dali ela não moverá
por vontade própria
e de si
será
apenas
se em pedaços
lhe fizerem
oh deus
os afazeres da pedra
são tantos
silencio obsequioso
dureza, frio e aspereza
nas suas rugas não há velhice
mas tato de mineral
os afagos da pedra não me vêm
logo que sinto a dor e as faltas
posso ficar ali
por horas e dias
todo o tempo que tenho
de vida
e ainda assim
ela estará ocupada
em ser o que é

Poesia e lucidez, como em Fernando Pessoa.

“Eu é que sei. Coitado dele!
Que bom poder-me revoltar num comício dentro de minha alma!

Mas até nem parvo sou!
Nem tenho a defesa de poder ter opiniões sociais.
Não tenho, mesmo, defesa nenhuma: sou lúcido.

Não me queiram converter a convicção: sou lúcido!

Já disse: sou lúcido.
Nada de estéticas com coração: sou lúcido.
Merda! Sou lúcido.”

(Álvaro de Campos, in “Poemas”)

Não só o lúcido, o lúdico, como nestes POEMAS DE BRINQUEDO

PALAVRAS GÊMEAS UNIVITELINAS
(atenção: ler cantando, ritmo rápido com paradas no reco reco legal)

bole bole
mexe mexe
pula pula
pisca pisca
troca troca
quebra quebra
reco reco
legal

bora bora
quero quero
puxa puxa
nheco nheco
xup xup
lambe lambe
reco reco
legal

toque toque
puxa puxa
quebra quebra
tico tico
lambe lambe
xique xique
reco reco
legal

lero lero
xup xup
tico tico
rela rela
bora bora
bole bole
reco reco
legal

PALAVRAS GÊMEAS BI VITELINAS
(descobrir quais são separadas, têm hífen ou são escritas junto)

zig zag
tic tac
bate boca
pica mula

cabra cega
guarda chuva

mestre cuca
passa quatro
vice rei

couve flor
banho maria
lusco fusco
mestre sala
tira teima

maria mole
cata vento
guarda roupa
porta treco
ping pong
estrela d’alva
supra sumo

guarda pó
maria fumaça

ave maria
trem bala
porta avião
e guarda sol

A conversa de eternia. A literatura no seu sentido estendido. Uma rede que se conecta no tempo largo. Um diálogo multicultural e transnacional.

Da tradição ocidental converso com Pré Socráticos, Dionísio, Baco, Nietzsche, poetas franceses, americanos, latinos e brasileiros… Encontro muitos literários e libertários, em revolução, insurgência, indivíduos em crise com seus estados, tempos e valores.

Da tradição oriental, buda e o tao: a ressonância, o ritmo vital, a sincronicidade, a empatia, o vazio, o vaso o entre, o não é (wu wei), o yin yang e o silêncio. Uma mente pacificada em sintonia, uma mente coletiva e abrangente.

É a fissura que se abre entre essas escolas, a minha poesia.

O BUDA OCIDENTAL
(poesia da palavra literal)

meu buda tem
uma vara de pescar fogo
às vezes
apago seu fogo
num lago de aguardente
porque não suporto
seu perfume

meu nunca
tem um buda
deleitado
num berço
cego vasto
pasmo e ato

ESCULPINDO O DESEJO

traga-te o abismo
onde se talha, se despedaça
rompe a matéria do sol
ainda que rochas
onde se pára
entre pontes
fortaleça até a trinca
as rachas da fortaleza
o desejo alarga onde se dói

O BUDA DA PALAVRA

cristo foi condenado a morrer
pelos sábios do templo
e mesmo depois
de sagrado deus
quando sua igreja queimou
herejes na fogueira
e abençoou de morte
índios em suas terras
e galileu mentiu
para não virar pó
quando a arte degenerada
foi banida pelo reich
e os judeus calcinados
hiroshima também ardeu
em chamas e câncer
quando os cruzados abriram
a temporada infinda do fraticídio
e os descendentes das cinzas
voltaram para exterminar maomé
e quando ontem o talibã
demoliu o buda da montanha
a poesia ecoou
no precipício do seu princípio
e subiram em labaredas
desde alexandria
as chamas de palavras banidas
de todos os livros de silêncio
de todos os homens emudecidos
por todos os poderes
que se proclamam eternos
e eu perguntei
buda foi destruído?

minha poesia é um riso
do que pode o homem
onde não pode a tirania
e lá onde acaba o poder
está imóvel meu buda
a palavra sã
que jamais se esquece
e arde através do tempo
e mesmo que me calem
ainda que me matem
meu buda vai estar lá
no princípio que principia
ele tem uma vara de pescar fogo
e nunca se apressa

A palavra sã.

Destruição e renascimento. ‘Eu sou a rudeza destes pastos, queimados e renascendo…’ (Cora Coralina).

A esponja. Os nervos do entulho.

O HOMEM VAZADO

por que sou sênsaro
só tenho poros
e tudo me trespaça
eu pelica
eu de treliça
só tenho poros
sou todo furado
tudo me trespaça
eu pelica
eu de treliça

DULHAS

mecânica quântica

sinto até átomo
mudando de lugar

o ofício

o poeta é um
sabe-não-parar

o poeta em chuang tzu

o profeta-inspirado
o ato-impulso

o bom do menino

é cara de não sabe de nada
é nunca pensa da mesma maneira

POESIA FRACTAL

uns partem outros nunca
ao limite do infinito
a franja de pontos
o senso das fronteiras
o inexato encosto
entorno de ordem e caos
dois mares que se atracam
nunca e sempre vazantes

uns partem outros nunca
ao topo das lógicas
o absurdo entrevisto
o certo que não se palpa
com o entendimento
mas que se vê com olhos
que dão números ao infinito

Para terminar, uma intervenção do abuelo Tião Paineira, ele nos explicar como aprendeu a ser oleiro.

(para ver um documentário do DOC TV realizado com o Tião, clique aqui)

Será que poesia é cerâmica também?

Um tato na mente e uma expressura na mão?

Grato

Álvaro

ps:

Em ciclope.com.br os textos integrais e a visualização gráfica dos livros de poesia. Lá também alguns textos relacionados, da seção Acervo Álvaro Andrade Garcia:

O TRONCO NEGRO DO FARAÓ
A LIBERDADE DAS COISAS
POESIA E TECNOLOGIA
DA VIDEOPOESIA À IMAGINAÇÃO DIGITAL
O QUE É O SÍTIO DE IMAGINAÇÃO
MULTIMÍDIA IMAGINAÇÃO E POESIA ZEN
DESCATEGORIZAR E RECATEGORIZAR A POIÉSIS A PARTIR DO DIGITAL

 

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poemas de brinquedo

Está em gestação no ateliê Ciclope um novo livrE, Poemas de Brinquedo, um livro audiovisual interativo e brincante. O projeto, apoiado pela Lei Municipal de Cultura de Belo Horizonte pretende produzir um app para smartphones, tablets e internet. Uma versão em CD ROM também será produzida para para ser encartada em livreto com dicas de uso educativo.

O livrE traz textos lúdicos de Álvaro Andrade Garcia, e vai contar com a participação especial do poeta e performer Ricardo Aleixo, que vai cuidar da parte sonora da obra, mais uma publicação com o uso do software livre Managana.

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livrEs - livros eletrônicos para dispositivos móveis

Palavrador – ambiente poético tridimensional

Aqui um tour em vídeo pela obra (em inglês):

O palavrador nasceu como um ambiente poético imaginário criado no 38º Festival de Inverno da UFMG, em julho de 2006. Ele foi concebido e implementado com um conjunto de ideias e atividades coletivas pelo grupo. Os autores tinham experiências na área de arte, literatura e ciência da computação. A interface virtual é concebida como um jogo dinâmico com imagens em movimento e um discurso profundo sobre poética.

O projeto foi coordenado por Francisco de Carvalho Marinho com colaboração de Alckmar Luiz dos Santos, Alvaro Andrade Garcia, Carla Viana Coscarelli, Carlos Augusto Pinheiro de Sousa, Cristiano Bickel, Daniel Poeira, Delaine Cafiero, Fernando Aguiar, Gustavo Morais, Jalver Bethonico, Leonardo Souza, Lucas Junqueira, Marcelo Kraiser, Marilia Bergamo, Rafael Cacique Rodrigues, Ricardo Takahashi, Tania Fraga, Walisson Costa.

Palavrador ganhou em 2006 o Premio de Poesia Digital da Cidade de Vinarós na Catalunha, na categoria de arte-software. Participou da ACM SIGGRAPH 2007 Art Gallery – Global Eyes e foi incorporado ao catálogo da Electronic Literature Collection.

Clique no link abaixo para fazer o download da obra. Depois de baixar o arquivo zipado, descompacte-o e antes de rodar seu executável, rode um instalador do Real Player que vem junto com o pacote. Quando o executável rodar, ele vai enviar uma mensagem de erro do Real Player que já não roda em sistemas atuais. Apenas um pequeno vídeo num canto do cenário não tocará em função disso, mas todo o restante estará operacional.

http://www.ciclope.com.br/download/palavrador_versao2.zip

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Liberdade – ambiente poético 3d imersivo

 

Liberdade foi criado numa oficina de criação literária em ambiente digital no Núcleo de Pesquisas em Informática Literatura e Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina, em dezembro de 2013, durante o II Simpósio Internacional e VI Simpósio Nacional de Literatura e Informática.

A partir de uma preparação prévia, durante uma semana um grupo multidisciplinar de artistas digitais produziu conteúdos e software para um ambiente poético tridimensional com caraterísticas e cenários de games. Depois de ajustes e correções na versão inicial, disponibilizamos aqui a versão final dessa oficina para download.

Clique no link para baixar o arquivo que deve então ser descompactado. Nele há um arquivo de texto com instruções de instalação.

Liberdade versão 5 para Windows:
http://www.ciclope.com.br/download/liberdade5.zip (147 mb)

A obra nos leva a uma ilha imaginária, cercada de águas, onde a poesia emerge em forma de grafismos e de textos na interface visual e áudios com declamação disponíveis em diversos hotspots espalhados pelo ambiente. Como num game, os visitantes podem circular pelo ambiente e até voar durante algum tempo entre estruturas imaginárias feitas com texturas de papel que suportam o cenários e os hotspots. Trilhas sonoras, animações e vídeos compõe o ambiente. Os visitantes vão adquirindo uma memória do que viram à medida que passam pelos hotspots marcados com cores que representam estados emocionais ligados aos textos: encontro, desencontro e solidão. Aqueles que deixam a ilha e vão para a água perdem essas memórias e voltam ao início do ‘jogo’. As memórias acumuladas podem ser acessadas a qualquer instante. Na versão multiplayer visitantes podem trocar com outros visitantes as memórias que acumularam.

Créditos:

Direção: Alckmar Santos e Chico Marinho
Concepção: Alckmar Santos, Álvaro Andrade Garcia, Chico Marinho, Dalva Lobo, Lucas Junqueira eWilton Azevedo
Design gráfico: Chico Marinho e Francisco Marinho (filho)
Criação computacional: Lucas Junqueira, Letícia Cherchiglia e Chico Marinho
Programação adicional: Flávio Houaisen
Criação literária: Alckmar Santos, Álvaro Andrade Garcia, Chico Marinho, Dalva Lobo e Rogério Barbosa
Criação musical: Wilton Azevedo (participação de Lane Lucarelli)
Vozes: Alckmar Santos, Carlos Falci, Chico Marinho, Cláudia Vilarouca, Dalva Lobo e Rogério Barbosa
Participação especial: Alamir Aquino Correa e Gilbertto Prado

Link para o site do Simpósio onde aconteceu a oficina que criou o Liberdade:
http://simposioliteraturainformatica.ufsc.br/

 

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on line: a derrubada do sarrià

Mais um livrE (livro eletrônico) produzido com o software Managana sai do forno. A Derrubada do Sarrià é um épico poético em torno da derrota do Brasil na copa do mundo da Espanha, no estádio de Sarrià, em Barcelona. A obra traz à tona a cidade, o estádio que foi demolido depois da copa e os personagens da tragédia. Tudo isso em forma de epigramas, poemas declamados, contos, micro vídeos e músicas especialmente compostas. É fruto de uma parceria do ateliê Ciclope com Alckmar Santos e Wilton Azevedo, conhecidos criadores digitais, na busca de novas formas de publicação e circulação para a literatura.

Clique aqui para conhecer o trabalho, que pode ser visto on line na internet e também em tablets e smartphones com o app do Managana.

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A Derrubada do Sarrià

Full screen

A Derrubada do Sarrià versão 1.0

LivrE (livro eletrônico) com 27 áudios de declames e locução perfazendo 45 minutos, duas trilhas sonoras perfazendo 46 minutos, 20 epigramas, 12 contos com total de  91 laudas  de 2100 caracteres, 20 micro vídeos com 4 minutos de duração integrados a mapa de barcelona integrados em 46 streams no software managana.org.

Créditos

concepção, direção e textos:  Alckmar Santos
vídeos e trilhas:  Wilton Azevedo
interface e montagem:  Álvaro Andrade Garcia
programação: Lucas Junqueira
participação de Dalva de Sousa Lobo no conto “Último bolero no Mojito Club”
“Gol do Éder”: locução de José Silvério gentilmente cedida por Sérgio Basbaum

fonte dos mapas: openstreetmap.org
engenho de software: managana.org

Apresentação

No dia 5 de julho de 1982, devido provavelmente a um infeliz conluio entre o acaso e a sorte, um grupo de artistas (talvez pudéssemos também dizer prestidigitadores, malabaristas) conheceram o azar da derrota. Jogava-se ali não uma mera partida de futebol, mas um embate entre a arte e o pragmatismo. E essa peleja de 5 de julho de 1982 representou a vitória deste último. Contudo, certamente, existem deuses que se ocupam dessas coisas que, aos olhos de muitos, parecem ninharias. E os deuses do futebol tomaram a vingança em suas mãos e fizeram derrubar, poucos anos mais tarde, o estádio que permitiu o sacrilégio da derrota da seleção brasileira diante da italiana.

Ora, no íntimo de cada indivíduo, esse embate se reproduz sem cessar, de seu nascimento a sua morte, desde que existe isso que chamamos de espécie humana. De um lado, nos joga para a frente o impulso corajoso de reinventarmos a vida; de outro, a cautela e o temor de sonhar nos prendem com firmeza ao chão. É isso que se quer recriar aqui. Fazer com que você experimente o criar e o destruir, a coragem e o temor, que você percorra com a imaginação as ruas de uma Barcelona que é tanto a capital da Catalunha quanto é sua própria alma.

A Derrubada do Sarrià faz parte da coleção livrEs, produzida pelo ateliê Ciclope de arte digital. A coleção publica na forma de aplicativos multimídia textos de poesia e prosa curta com o uso vídeo e áudio ilustrações, animações e interatividade avançada com o leitor.

O livrE pode ser acessado livremente pela internet, em tablets e smartphones. Foi todo autorado e publicado usando o Managana, software livre de publicação digital criado pelo ateliê Ciclope.

Link para acessos pela internet:
http://www.managana.org/editor/?community=sarria

Você pode baixar o app gratuito para ver A Derrubada do Sarrià no seu tablet ou smartphone.

Play store (Android)
https://play.google.com/store/apps/details?id=air.art.ciclope.managana

Apple appStore (iPhones/iPods/iPads)
http://itunes.apple.com/br/app/managana/id528709989

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o gesto da palavra

ATUALIZADO EM MARÇO DE 2015

O Memorial Minas Gerais Vale disponibilizou no you tube entrevistas com Álvaro Garcia e Lucas Junqueira e a gravação completa do declame de poesia que ocorreu no museu em agosto de 2014. Clique nos links abaixo para assistir.

Entrevistas

Declame de poesia ‘O Gesto da Palavra’

Clique aqui se quiser acessar o texto integral da apresentação.

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Blogue - cultura digital, poiesis e work in progress

de quem é o problema de segurança na rede?

Estou acordando e vejo que tenho 3 mensagens no celular. O banco quer saber se comprei durante a madrugada. Foram 3 produtos em 2 lugares diferentes, bem longe da minha caminha. Bem, assim que li a mensagem liguei para o número que vem nela, afinal 3 horas da madruga eu estava no paraíso de dante e não ouvi o pi pi zinho das mensagens. Uma, duas… 17 vezes eu liguei, até conseguir, uma hora e meia depois, chegar em alguém, depois de passar por 3 atendentes, e nas outras vezes a ligação cair aleatoriamente. O cartão foi bloqueado, mas terei que ligar 3 dias depois para estornar os pagamentos, pois os mesmos não foram ‘lançados’ na fatura. Normal, mais ligações até totalizar 40 e mais algumas horas, e consigo finalmente voltar onde estava, enquanto espero o correio me trazer um cartão novo que terei que desbloquear na agência… Mas qualquer um pode comprar com um cartão na internet, não usa senha, nenhum número secreto. O resto está lá, e passa de mão em mão o dia todo, fazendo meus pagamentos. E o louco é que fiz um cartão eletrônico, o famoso e-card, então se tenho ele, por que usaria este cartão? Por que não foi bloqueado quando criei o e-card…  E breve devo receber a fatura pelo cartão novo que me mandaram, afinal o cartão foi pra mim… Espera aí, e o seguro, que começou sendo cobrado a minha revelia, custava 1 real por mês, agora 3, em poucos anos… Eu nunca sei direito, mas sempre tenho a sensação de que alguma coisa não está correta.

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navegação em bolhas

Tenho uma propaganda temática me acompanhando e mais de 60% da minha tela está ocupada com elas, não importa por onde vou, lendo o jornal, acessando um blog, fazendo uma pesquisa ou conversando com os amigos nas redes sociais. Mudo de gênero, de assunto, de publicação, mas a publicidade me acompanha por que ela já me conhece. Como no filme Minority Report, lembra, os outdoors trocando para a pessoa que passa?

Ainda assim continuo tentando navegar, mas antes tenho que me livrar das infinitas notificações na tela, sou interrompido constantemente para atualizar softwares, e cada atualizada, inclusive e principalmente do anti vírus tem uma pegadinha, instalam uma barra aqui, ali, empurram uma versão pro, se instalam sem minha licença…

Depois que eu escapo dessas pequenas distrações, ainda tento focar nos 40% da tela que ainda são meus, concentro e digito a minha procura no mecanismo de busca, seja google, bing, yahoo, baidu, pouco importa. Nesse momento os algorítimos também já usam todo o conhecimento que podem ter sobre a minha pessoa para produzir uma resposta ‘melhor’. E assim o fazem, já ocupando a parte nobre da tela com os anunciantes. O meu tubo de conexões de pesquisa é ‘personalizado’.

Em outras palavras, vão sendo criados tubos revestidos, como bolhas plásticas, desenhando um mundo cada vez mais à ‘minha’ maneira, entretanto completamente automático e algorítimo. Sou cercado pelas redes sociais, pelos gigantes de busca.

Essa é uma discussão que está percorrendo as mentes mais arejadas, que não desejam permanecer nos currais. Veja + sobre isso na Tab do Uol, será que essa personalização da web não está demais? Especialmente por que é opaca e realizada por códigos produzidos remotamente por grandes corporações, que cada vez mais te conhecem, e vendem esse conhecimento para agências, governos…

Pois é,  cada vez mais distante, a internet é escondida atrás dos banners, das curtidas do face, da enxurrada de instagramas, todos desejando nossa atenção. Mas espera aí. O que é mesmo que eu estava procurando?

 

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III Simpósio Internacional e VII Simpósio Nacional de Literatura e Informática

(Atualizado em 16 de novembro)

O ateliê Ciclope participa do Simpósio na oficina Livros Digitais de Artistas e  também na mesa redonda Ambientes de Criação Digital, que acontece dia 16 de dezembro, de 17.00 h a 18.30 h.

Confira a programação e veja como se inscrever.

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Data: De 09 a 18 de dezembro de 2014
Local: Eixo teórico: CAD II e Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais – Av. Antônio Carlos, 6627, Campus Pampulha da UFMG – BH/MG
Eixo de criação digital: Conservatório – UFMG – Av. Afonso Pena, 1534

O CEFET-MG, a UFMG e a UEMG convidam à participação no III Simpósio Internacional e VII Simpósio Nacional de Literatura e Informática a se realizar no período de 09 a 18 de dezembro de 2013, no Centro de Atividades Didáticas – CAD e Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Minas Gerais.

O tema geral desta edição é: Livro: do analógico ao digital, proposto na seguinte estrutura:

1) Eixo de Criação Digital
Evento para convidados, artistas, escritores e programadores, que desenvolveram coletivamente:

1.1 – Oficina de Criação de Livros Interativos Infantis

1.2) Oficina de Criação de Livros Digitais de Artista

1.3) Grupo de Oficinas Interligadas – GOI
Integração, em rede, laboratórios externos ao evento que produzam e interajam com o grupo de participantes. Além dos artistas que estão criando em locus haverá a participação de grupos de criadores em território nacional ou internacional.

1.4) Seminários de Produção e Crítica
Palestras e debates com o público sobre criação digital, sobre os processos de criação interativos, e participação de artistas apresentando e comentando sua própria obra etc.

2) Eixo Teórico
Tema: Livro: do analógico ao digital – diálogos possíveis entre arte, literatura e informática; escritas, leituras e meios digitais

SUBTEMAS:
Livros de artista
Livros jogos digitais
Livro como interface
Livros e memória
Livro como corpo
Livro digital e educação
Textualidades híbridas
Interfaces interativas
Acervos analógicos e digitais
Processos de edição
Design de emoção
Poéticas computacionais

2.1) Mesas
Convidados para debater questões relacionadas ao livro analógico e/ou digital, em consonância com os subtemas.

2.2) Grupos de Trabalho
GT – chamadas abertas para mestrandos/doutorandos/pesquisadores para debater pesquisas relacionadas ao tema geral.

2.3) Apresentação de pôsteres (alunos de graduação)

3) INSCRIÇÕES
As inscrições estarão abertas de 10 a 25 de outubro de 2014, para apresentação de propostas de Grupos de Trabalhos (título, resumo e palavras-chave). Para comunicações em GTs aprovados: – resumo, título, palavras-chave de 31 de outubro até 15 de novembro
Para apresentação de pôsteres – resumo, título, palavras-chave de 31 de outubro até 15 de novembro. Cartas de aceite das comunicações – emitidas até dia 20 de novembro. Para participação de ouvintes – até 9 de dezembro. Entrega do certificado – digital, até 23 de dezembro. Entrega do texto final – 30 de janeiro de 2015

Outras informações no blog http://simposiodeliteraturaeinformatica.blogspot.com.br/
ou através do e-mail:  simposioliteraturadigital2014@gmail.com

Apoio:
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

Organização:
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MINAS GERAIS